quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vacina contra HPV poderá ser incluída no calendário de vacinação


Deputados querem introdução da vacina contra o HPV no calendário nacional de imunização. Na Comissão de Seguridade Social e Família, oito propostas sobre o tema tramitam em conjunto e estão prontas para votação, assim que o Congresso retornar do recesso, em fevereiro (PL 6820/2010 e apensados).
O papilovírus humano, ou HPV, constitui uma das causas mais comuns de doenças sexualmente transmissíveis no mundo, sendo o principal responsável pela incidência de câncer de colo de útero. O HPV também está associado ao câncer anal, vaginal, peniano e de vulva. Já existem vacinas seguras contra o vírus no mercado, mas ainda não incorporadas ao Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde.
Em audiência pública sobre o assunto em 2012, na Comissão de Seguridade Social, Carla Magda Domingues, do Programa Nacional de Imunizações, explicou que o Ministério da Saúde estuda a implantação da vacina contra o HPV no calendário oficial, mas que ainda não estão garantidas as condições de sustentabilidade para a incorporação. Segundo Carla Domingues, se fosse implantada apenas para as meninas com idade entre 11 e 12 anos, a vacinação contra o HPV teria um custo anual de R$ 600 milhões, um terço do que é gasto hoje com as vacinas garantidas pelo SUS nos 34 mil postos de saúde do país.
"Ninguém tem dúvida que a vacina de HPV tem uma importância epidemiológica e terá impacto e relevância num programa de saúde pública. Mas temos que pensar que hoje o Brasil é o país que mais incorpora vacina no sentido de ter garantia de produção nacional. A aquisição de uma vacina é pensada no sentido de não só adquirir vacina, mas de como ela pode ser produzida no país. E, para isso, o Ministério da Saúde tem feito incorporações de vacinas, fazendo acordos de transferência de tecnologias para que a vacina, num curto prazo de tempo, seja produzida no país e que a gente garanta a sustentabilidade do programa."
Autor de um dos projetos sobre o tema, o deputado Diego Andrade, do PSD de Minas Gerais, reconhece as dificuldades para a introdução de uma nova vacina no calendário oficial, mas ele acredita que o governo tem condições de suportar a medida.
"É uma vacina que ainda tem um custo alto, mas a gente acredita que o governo, trabalhando conjunto e tendo volume, ele poderá negociar com os laboratórios e produtores dessas vacinas para que isso se torne viável e para que o cidadão brasileiro receba a prevenção, principalmente as mulheres. Que recebam a prevenção e possam ficar livre do HPV e evitar futuros tratamentos que são mais caros e dolorosos, que são os tratamentos contra o câncer."
O relator das propostas sobre a introdução da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações, deputado Geraldo Resende, do PMDB de Mato Grosso do Sul, recomenda a aprovação da matéria pela Comissão de Seguridade Social. O projeto ainda deve passar pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constiuição e Justiça.
De Brasília, Ana Raquel Macedo

                     Anúncios 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Use comentários moderados sem ofensas ou palavrões, comentários ofensivos não serão publicados.