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Reeleito em 2012 com apoio de 21 partidos, gestão do comunista vem sendo contestada por movimentos na internet. Entidades fiscalizam o governo e cobram ações
Integrantes do Acorda Olinda na orla do município: cobranças a Renildo
Clemilson Campos
O recado dado pelas urnas na reeleição do prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), em 2012, com um percentual apertado de 50,45% (102.295 dos votos válidos) – inclusive “perdendo” para a soma dos votos nulos, brancos e abstenções (105.056 eleitores) – já era interpretado como um grande desgaste na sua gestão. E agora, no segundo mandato, com os problemas administrativos se multiplicando em larga escala, a avaliação do gestor não dá sinais de melhora.
A gestão do PCdoB em Olinda começou a apontar desgastes ainda no final do segundo mandato da ex-prefeita Luciana Santos, principal fiadora da condução de Renildo à Prefeitura, pela primeira vez, em 2008. Só que, nos últimos anos, tem crescido num ritmo intenso, ao ponto de movimentos sociais na internet defenderem o impeachment de Calheiros.
O rosário de queixas vai desde obras inacabadas (que já estão sendo alvo de um pedido de investigação do Ministério Público Federal e da tentativa de formação de uma CPI) até a ineficiência nos serviços básicos, em áreas como saúde, limpeza urbana e educação.
Somado a tudo isso, Renildo Calheiros ainda é acusado de estar constantemente ausente da cidade e ser omisso às demandas sociais.
Amparado por uma forte base de sustentação no governo, composta por 21 partidos, e com o apoio irrestrito de 15 do total de 17 vereadores, o comunista afirma que segue trabalhando feito “um bicho” para trazer recursos para a cidade. Já a oposição é comandada pelos vereadores Arlindo Siqueira (PSL) e Jorge Liberal (PSD). “Mas não é fácil fazer oposição numa Câmara dominada pelo governo”, lamenta Jorge Federal.
Contudo, dois dos mais conhecidos movimentos sociais da cidade, o Olindear Apartidários e o Acorda Olinda, têm se destacado no contraponto à administração municipal, através das redes sociais, embora haja versões de que sejam vinculados a políticos da oposição. Os grupos negam.
Os movimentos acusam Renildo, entre outras coisas, de “cooptar” lideranças comunitárias, oferecendo cargos na prefeitura para “calar o povo de Olinda e esconder os problemas”. “A cooptação tem sido tão constante que ele (Renildo) está acostumado a não ser questionado”, acusa Rujanyr Oliveira, um dos integrantes do Olindear.
“Já cobramos providências à OAB e ao Ministério Público, com a entrega de dossiês, inclusive com imagens que comprovam o descaso no município. Mas todos estão omissos”, lamenta o advogado José Ferreira Lima, do Acorda Olinda, que garante ter constatado a existência de 24 grandes obras inacabadas na cidade, feitas com recursos da União.
Segundo o Portal da Transparência do governo federal, foram enviados aproximadamente R$ 198,1 milhões ao município em 2013. Já prefeitura informa que arrecadou R$ 90 milhões, em receitas próprias, através de tributos como IPTU e ISS.
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