quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Governo declara emergência por casos de microcefalia em Pernambuco


No Pernambuco, ao menos 140 casos foram registrados em diferentes municípios, mas também existem suspeitas no Rio Grande do Norte e Paraíba / Foto: Guga Matos/ JC Imagem

No Pernambuco, ao menos 140 casos foram registrados
 em diferentes municípios, mas também existem suspeitas
 no Rio Grande do Norte e Paraíba
Foto: Guga Matos/ JC Imagem

Da Agência Brasil


O Ministério da Saúde declarou hoje (11) emergência em saúde pública de importância nacional para dar maior agilidade às investigações sobre o aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos em Pernambuco registrados desde agosto desse ano. Durante entrevista, o ministro Marcelo Castro informou que o número de casos no estado não passava de dez por ano, mas nos últimos quatro meses, 141 casos foram confirmados em 44 municípios.
“A microcefalia é uma anomalia congênita que se manifesta antes do nascimento e prejudica o desenvolvimento do cérebro dos bebês”, disse o ministro. Castro explicou que os bebês com o problema nascem com perímetro cefálico menor que o normal, superior a 33 cm. “As sequelas são graves e associadas caso a caso”, explicou. Em 90% dos casos, as microcefalias estão associadas com retardo mental,
O diretor do Departamento de Vigilância Epidemológica do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse que o ministério está acompanhando a situação desde o dia 22 de outubro, quando foi notificada pela secretaria de saúde do estado e dos municípios. Ele informou que uma esquipe de resposta rápida às emergências em saúde pública está em campo, fazendo investigações epidemiológicas, como revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido, além de exames laboratoriais e de imagem.
Maierovitch afirmou que ainda não é possível determinar a causa do aumento de casos da doença, que pode ser causada por substância químicas, agentes biológicos, como bactérias, vírus e radiação. “Nenhuma hipótese está sendo descartada”, disse o especialista.
A recomendação do Ministério da Saúde é que as gestantes não usem medicamentos não prescritos e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos, além de relatarem aos médicos qualquer alteração que perceberem durante a gestação.
“Combinamos com o estado de Pernambuco de fechar semanalmente boletins com o balanço da situação”, disse o diretor. Segundo Maierovitch, o ministério também está apurando ocorrências da doença nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte com base em relatos de profissionais de saúde dos estados, mas as secretarias estaduais de saúde ainda não têm os números organizados.
A situação já foi comunicada à Organização Mundial de Saúde e à Organização Pan-Americana de Saúde, conforme protocolos internacionais de notificação de doença.

           

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Use comentários moderados sem ofensas ou palavrões, comentários ofensivos não serão publicados.