Até agora não há registro de casos de microcefalia em fetos nem em recém-nascidos
Mulheres grávidas no hospital Juan Atalaya, em Cúcuta, Colômbia. Dania Maxwell Bloomberg |
A Organização Mundial de Saúdeadmite que a relação direta entre o zika e a microcefalia é “fortemente suspeita, mas não foi cientificamente comprovada”, segundo declarou no início de fevereiro Margaret Chan, encarregada do organismo internacional, após decretar emergência sanitária global. A Colômbia mantém sua campanha de adiamento da gravidez até que passe o pico da epidemia, a partir do segundo semestre do ano. As instituições de saúde dos diversos Estados do país trabalham na distribuição de preservativos e na divulgação de informações sobre planejamento familiar. Ao mesmo tempo, aconselham às grávidas que moram em regiões de maior incidência do zika a usar repelentes e vestir roupas que cubram todo o corpo, apesar do calor.
Diante da falta de provas científicas, as grávidas infectadas durante o primeiro trimestre são consideradas de alto risco, por se tratar do período de desenvolvimento embrionário em que há maior chance de ocorrer a microcefalia.
A OMS trabalha em produtos para tentar controlar essa epidemia, já que não existe remédio nem vacina. A dengue, a febre amarela e a chikungunya servem de base para os estudos científicos, porque todas essas doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.A concentração do zika em áreas tropicais é notada também no mapa da Colômbia. Dos 31.555 casos notificados pelo INS no país inteiro, a maioria se concentra na região do Caribe, com 12.488 pessoas atingidas. O Governo colombiano admitiu há uma semana que a incidência será muito maior que a prevista num primeiro momento, devido ao elevado número de pacientes assintomáticos que não vão aos centros de saúde. O Ministério da Saúde divulga a notificação de em média 3.761 casos por semana no último mês.
Depois da morte de três pessoas pela síndrome neurológica Guillain-Barré no começo de fevereiro, Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, admitiu num evento público que a doença teve aumento de 66% desde o início da crise. Dos 600.000 casos de zika que podem ocorrer no país, 1.000 podem ser atingidos pelo Guillain-Barré, cuja mortalidade é de 4%, explicou o mandatário, a partir das projeções dos órgãos de saúde do país.
EL PAÍS
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