Agentes da Secretaria de Saúde de Paulista
vão a casas que apresentaram recusa dos
moradores ou que estavam fechadas no
momento vistorias regulares
Guga Matos/JC Imagem
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Os proprietários foram notificados previamente e receberam um prazo de até 15 dias para procurar o órgão fiscalizador, mas não cumpriram o determinado. Um dos moradores apresentou bastante resistência para receber os agentes e pediu para reagendar a inspeção para a próxima semana. Um outro morador permitiu o acesso da equipe, que encontrou lixo e uma caixa-d’água com larvas. Nela, foi aplicado larvicida biológico.
Na terceira casa, abandonada, o problema já havia sido resolvido quando os agentes chegaram ontem ao local. No quintal, não foram encontrados mato e lixo acumulado (potenciais focos do mosquito), como se constatou na segunda tentativa de vistoria. “Os proprietários da casa fizeram a limpeza e, por isso, não precisamos fazer a entrada forçada”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde de Paulista, Fábio Diogo da Silva.
Desde abril, quando foi regulamentada a Lei 4.589/2016, a Secretaria Municipal de Saúde contabilizou 18 casas que apresentaram recusa dos moradores ou que estavam fechados no momento em que os agentes passaram para a inspeção. Os imóveis ficam nos bairros de Arthur Lundgren I (6), Janga (7) e Jardim Paulista (5). “Para identificar essas casas, contamos com o apoio da população, que fazem denúncias pelo telefone e especialmente por meio do aplicativo Xô Aedes Paulista. Através dessa ferramenta, já recebemos 683 reclamações relativas a casas com focos do mosquito”, informou Fábio Diogo.
Ele acrescenta que, apesar de iniciada a permissão do ingresso forçado em imóveis no caso de abandono ou de recusa para permitir o acesso dos agentes, o município ainda não aplicará multas aos moradores. “A penalidade está até prevista em lei, mas ainda queremos fazer um trabalho educativo com a população.” Nos próximos dias, a prefeitura continuará a realizar as vistorias regulares nos imóveis (são previstas 30 inspeções por dia) e a entrar em casas com dificuldade de acesso. Em Paulista, 1.126 pessoas já adoeceram com sintomas de arboviroses este ano (foram 998 casos suspeitos de dengue e 128 de chicungunha).
NO RECIFE
Os agentes de saúde ambiental e controle de endemias do Recife também têm encontrado dificuldades para combater os criadouros durante as inspeções. De janeiro a maio, foram inspecionados 763.876 imóveis na capital pernambucana. Além disso, 263.213 estavam fechados e, em 3.766 casas, houve recusa para o acesso da equipe.
Apesar do trabalho de combate ao mosquito realizado pela prefeitura, a cidade continua em estado de epidemia. Só neste ano são mais de 22 mil casos suspeitos de arboviroses – um aumento de 3,9% das notificações, em comparação com o mesmo período de 2015, que já foi considerado um ano de epidemia. Além disso,o Recife já contabiliza 87 óbitos suspeitos por arboviroses até o dia 21 de maio. O número é três vezes maior do que o registrado durante todo o ano de 2015, quando se notificaram 29 mortes suspeitas.
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