terça-feira, 22 de agosto de 2017

Ministério da Saúde vai editar revisão da Política Nacional de Atenção Básica no fim deste mês

Audiência Pública e Reunião Ordinária. Dep. Jorge Solla (PT - BA)
Foto: Deputado Jorge Solla
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
No dia 31 de agosto, o Ministério da Saúde deve editar uma portaria com a revisão da Política Nacional de Atenção Básica. As mudanças nas regras foram discutidas pela Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, com representantes do governo, de municípios e de entidades de classe.
Jorge Solla, que propôs a discussão: "Uma boa atenção básica resolve mais de 90% dos problemas de saúde. Proposta de revisão feita pelo ministério vem recebendo críticas de vários setores"

A minuta da portaria ministerial passou por consulta pública e está na fase de consolidação do texto final. Segundo o representante do Ministério da Saúde, Fabio Fortunato, mais da metade das mais de 6 mil contribuições (6.281) foi enviada por trabalhadores da saúde.

A representante da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde, Ilda Correia, lamentou o que o texto não estabelece o número mínimo de agentes comunitários de saúde por equipe, que hoje estão em seis. Para ela, isso dá insegurança à categoria.

Dados epidemiológicos
No texto da revisão da política nacional, o número de agentes será determinado pelos dados epidemiológicos e demográficos da localidade. O texto integra os agentes de combate a endemias às equipes de unidade básica.
















O representante da Federação Nacional de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combates às Endemias, Luís Cláudio Celestino, discorda da mudança: "O agente comunitário de saúde visita as pessoas, no limite de 750 pessoas. E o agente de combate às endemias visita os imóveis. Como é que vai unificar?"

Trabalho conjunto
A representante do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde, Maria Evangelista, explica que é importante que os agentes de combate a endemias trabalhem em conjunto com os agentes de saúde, pois não há sentido uma pessoa receber duas visitas de dois profissionais que têm abordagens diferentes sobre saúde.

"O agente de combate a endemias chega na sua casa e coloca um pozinho lá no seu pote, por exemplo, se você tiver um pote na sua casa. O agente de saúde orienta que esse pote tem que ser lavado todo dia. Porque é isso que tem que ser feito mesmo. Mas, se os dois trabalhassem juntos iam dar uma informação que não confunde a cabeça da população", explica Evangelista.

Autonomia municipal
Sobre o limite de agentes comunitários de saúde por equipe, Maria Evangelista defende que a gestão municipal deve ter autonomia de implantar a estratégia de saúde da família sem o engessamento da quantidade mínima de agentes comunitários de saúde.

Diante da polêmica, o deputado Jorge Solla (PT-BA), um dos autores do requerimento de audiência pública, ressalta a importância dessa discussão na Comissão de Seguridade Social. "Uma boa atenção básica resolve mais de 90% dos problemas de saúde. E ela é mais capilarizada, ela tem que estar próxima, no bairro onde a pessoa mora, atendendo às principais demandas de saúde, prevenindo riscos de doença, promovendo a saúde. A proposta que o ministério vem apresentando vem recebendo críticas de vários setores", afirma o parlamentar.


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