quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Mutirão da vacina começa com filas, desinformação e apoio policial em SP


3 - Disque Denúncias do RJ faz campanha para combater maus-tratos a macacos
Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se a capital paulista está de feriado pelos seus 464 anos de fundação nesta quinta-feira (25), a situação é bem diferente nos postos de saúde da cidade.
Hoje, no primeiro dia da campanha emergencial de vacinação fracionada contra a febre amarela na capital, as unidades básicas de saúde amanheceram com usuários desinformados em filas enormes.

A reportagem visitou unidades da zona sul, última região inserida no mapa das áreas com risco de contaminação após um macaco ter morrido por febre amarela no zoológico.


Nos locais, a falta de senhas de vacinação, que passaram a ser distribuídas pela prefeitura nesta quarta-feira (24), foi a principal causa das aglomerações. Na UBS Vila Praia, distrito de Vila Sônia, guardas-civis precisaram controlar os ânimos das pessoas que, irritadas, se amontoavam numa fila que dobrava o quarteirão, por volta das 8h59.


Uma funcionária do posto precisou se dirigir até a fila para informar as pessoas de que só iriam se vacinar ali quem já estava com a senha em mãos. "Cada posto está fazendo a sua organização. Aqui só vai se vacinar quem tiver com a senha que já foi distribuída ontem [quarta, 24]", disse.

Shirley Franklin, 40, procurou a Unidade Básica de Saúde do Cupecê, no Jabaquara. Saiu de lá sem se vacinar porque o posto está fora da área de sua casa, próximo ao zoológico. Ela disse à reportagem que não sabe se algum agente de saúde passou em sua casa para distribuir a senha. "Trabalho o dia todo fora, se passou, não sei", diz. "Dá uma raiva porque você vem até aqui é não consegue. Agora não sei o que vou fazer."
















Quem ainda não recebeu a senha e não é cadastrado em nenhum posto de saúde da capital, pode procurar uma unidade mais próxima de casa durante a vigência da campanha. No local, precisará apresentar um comprovante de endereço e mais um documento com foto para receber a senha e agendar o processo de vacinação.

Na UBS Arariba, na Vila Andrade, a fila era grande por volta das 8h, quando o posto abriu. Porém, a situação já estava normalizada por volta das 9h30 —cerca de 30 pessoas esperavam pela vacina.

Na UBS Maracá, no Capão Redondo, o mesmo problema: muita fila nas primeiras horas do atendimento.

Já na UBS do Cupecê, no Jabaquara, a movimentação era tranquila. A reportagem presenciou muita gente portando a senha de vacinação. Não houve filas no local. Mesmo com horário marcado para as 12h, Vânia Cecilia, 55, preferiu ir cedo à unidade "para não se arriscar". Quando chegou, "separaram a fila das 11h e a fila das 12h. Deu a hora e me chamaram rapidinho, foi super organizado".

CASA EM CASA

Para alcançar o maior número de pessoas que realmente precisam tomar a vacina, agentes de saúde passarão de casa em casa para distribuir senhas em zonas consideradas prioritárias.

A ação prevê atingir a população que vive nas áreas de risco —na capital, são 20 distritos das zonas leste e sul da cidade.

Cristina Shimabukuro, coordenadora do departamento de vigilância e saúde da gestão Doria (PSDB), disse que as senhas "serão distribuídas conforme a capacidade que cada unidade de saúde básica tem para vacinar".

O objetivo, segundo Shimabukuro, é reduzir os tumultos e as filas.

DOSE REDUZIDA

Fracionar a vacina foi a estratégia adotada pelo ministério da Saúde para alcançar mais gente não imunizada. Além da capital paulista, outras 53 cidades do Estado vão receber a vacina. No Rio de Janeiro, a campanha emergencial também começou em 15 cidades nesta quinta.

Dados oficiais mostram, no entanto, que o vírus da febre amarela tem agido rápido e deixado um rastro de vítimas num curto intervalo de tempo. Segundo o ministério da Saúde, a taxa de letalidade provocada pela doença no país atingiu 40,8%.

Até o momento, 130 casos da doença foram confirmados no Brasil, dos quais 53 evoluíram para morte, no período entre julho do ano passado até 23 de janeiro, segundo o ministério. Os dados são repassados pelos Estados, que costumam ter números mais atualizados.

No Estado de São Paulo, por exemplo, a secretaria estadual aponta 86 casos e 36 mortes decorrentes da doença nos últimos doze meses.

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