terça-feira, 17 de novembro de 2015

Número de notificações de microcefalia chega a 268 em PE

Balanço foi divulgado na tarde desta terça-feira pelo Ministério da Saúde.
São 127 notificações a mais do que o último levantamento da pasta.


Diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Maierovitch relatou aumento de casos em PE
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Do G1 PE

Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na tarde desta terça-feira (17), em Brasília, revela que Pernambuco chegou a 268 notificações de casos de microcefalia este ano. São 127 a mais do que o último levantamento, divulgado na última semana, que indicava 141 casos suspeitos e 89 confirmados. A Secretaria Estadual de Saúde realiza coletiva ainda nesta terça para detalhar o andamento da situação no estado.


Durante a entrevista concedida pelo Ministério da Saúde, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis da pasta, Cláudio Maierovitch, também relatou o aumento do número de casos em outros seis estados do Nordeste. Ao todo, são 399 casos. Além dos 268 notificados em Pernambuco, Sergipe vem logo em seguida com 44 casos e o Rio Grande do Norte, com 39. Na sequência, Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e Bahia (8).
Maierovitch também acrescentou que o ministério trabalha com a hipótese de que o aumento de casos esteja ligado ao surto recente de zika vírus registrado no Nordeste. A relação entre o zika vírus e a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada. Exames laboratoriais encontraram o vírus no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.
Balanço da microcefalia no Nordeste (Foto: Reprodução/Twitter)Pernambuco lidera número de casos notificados no Nordeste, segundo balanço (Foto: Reprodução/Twitter)
"Vocês podem perguntar se isso fecha a correlação entre as duas coisas, e minha resposta é: 'quase'. Estamos sendo bastantes cautelosos, mas não se encontrou nenhuma outra causa até o momento. Tivemos uma circulação importante do vírus no Brasil no primeiro semestre, coisa que aconteceu pela primeira vez na nossa história", declarou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.
O Ministério da Saúde também informou que todos os demais estados do país passarão a acompanhar mais de perto a incidência de novas ocorrências. "Todos os estados passam a notificar, de maneira compulsória, os nascimentos de crianças com microcefalia a partir de agora", salientou.
O aumento significativo do número de casos no Nordeste fez o Ministério da Saúde decretar emergência em saúde pública no último dia 11. Na semana passada, o ministro da saúde, Marcelo Castro, afirmou que essa é uma situação inusitada. "Todas as hipóteses estão sendo avaliadas", disse o ministro em coletiva de imprensa.
Protocolo
Os casos suspeitos de microcefalia se caracterizam por recém-nascidos que apresentam o perímetro da cabeça igual ou menor de 33 centímetros. A Secretária Estadual de Saúde lançou um protocolo padrão, com orientações para a notificação dos casos, além de um portal onde as unidades de saúde enviam os dados.
Além do Hospital Oswaldo Cruz e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) foram definidas como unidades de referência e para o atendimento dos bebês e das mães. O estado ainda definirá centros de referência para as notificações do interior.
Já a investigação epidemiológica dos casos está sendo feita em parceria com o Ministério Público e quatro instituições de pesquisa: Fiocruz, Imip, UFPE e Universidade de São Paulo (USP). Todas trabalham em conjunto para tentar identificar as possíveis causas do crescimento vertiginoso dos casos de microcefalia na região.

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