quinta-feira, 16 de junho de 2016

Conflito com fazendeiros no MS mata um índio Agente de saúde e deixa cinco feridos

Ataque aos índios da etnia guarani-kaiowá ocorreu na terra indígena Dourados-Amambaipegua I, no sul do Estado

Índios em barreira na estrada que leva à fazenda. Eles estão pintados, armados de arco e flecha e pedaços de pau. (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Um conflito ocorrido na manhã desta terça-feira, 14, entre fazendeiros e indígenas, na região de Dourados (MS), resultou na morte de uma liderança indígena e agente de saúde, e de ao menos cinco feridos. As informações foram confirmadas pelo Instituto Socioambiental (ISA). O ataque aos índios da etnia guarani-kaiowá ocorreu na terra indígena Dourados-Amambaipegua I, no sul de Mato Grosso do Sul. O confronto, segundo informações preliminares, teria envolvido a participação de cerca de 70 fazendeiros.

A retomada do território indígena ocorreu no último domingo, 12. Algumas lideranças indígenas que estavam no local estariam desaparecidas. A Polícia Militar de Caarapó (MS) confirmou uma morte e cinco feridos na região da Fazenda Ivu, próxima a aldeia Te'Ýikuê. Há índios internados no Hospital São Mateus, em Caarapó e outro seguiram para Dourados.

Por meio de nota, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) lamentou a morte do agente de saúde indígena, Cloudione Rodrigues Souza, de 26 anos. "O jovem agente foi morto covardemente, por homens armados que atiraram em cerca de mil indígenas, incluindo quatro agentes de saúde indígena, que estavam reunidos no território próximo a aldeia Te'Ýikuê, quando foram surpreendidos por homens armados, em aproximadamente 60 veículos (caminhonetes). Que Deus proteja e conforte todos os povos indígenas e familiares neste momento de dor”, afirmou o secretário especial de saúde indígena do Ministério da Saúde, Rodrigo Rodrigues.


A Fundação Nacional do Índio, a Polícia Militar e a Polícia Federal foram mobilizadas até a região. O sul do Mato Grosso do Sul é marcado por conflitos históricos entre os povos guarani, que requerem há décadas a retomada de seus territórios tradicionais, e fazendeiros.


O ESTADO DE S.PAULO



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